Neste retrato contundente e bem-humorado das idiossincrasias da Argentina, a origem da crise pela qual passou o país no começo do século é encontrada não nos desmandos econômicos, mas na própria alma coletiva dos argentinos. Marcos Aguinis acredita que as dificuldades resultam de um longo processo de corrosão cultural, alimentado por décadas de desvarios políticos, corrupção, dissolução dos valores éticos, desmoralização da justiça e desprezo pela iniciativa de trabalho em favor da esperteza. Com acidez e fina ironia, o autor argentino analisa as tradições e costumes políticos e culturais mais relevantes de seu país, revelando assim contradições e particularidades negadas – “por cegueira, interesse ou covardia” – pelos próprios argentinos. É um livro que provoca e desafia, mas também aponta caminhos que merecem ser levados em conta.

SOBRE MARCOS AGUINIS
Marcos Aguinis nasceu em Córdoba, em 1935, e é um dos escritores e pensadores mais lidos e escutados da Argentina. Seus livros e suas opiniões demonstram um sério compromisso intelectual e moral com os valores da ética civil e com a problemática de “ser argentino”. Foi subsecretário e secretário da Cultura no âmbito federal. Aguinis escreveu vinte livros, entre os quais destacam-se os romances La cruz invertida e La gesta Del marrano e os ensaios Carta esperanzada a um general, Um país de novela, Memorias de una siembra, Elogio de la culpa e Nueva carta esperanzada a um general. Recebeu, entre outros, os prêmios Planeta (Espanha) e Nacional de Literatura e Reforma Universitária (Universidade de La Plata), e também o título de Cavaleiro das Letras e das Artes pelo governo da França.