O que se vê quando se contempla uma obra de arte? Como pode a observação de um quadro conformar a maneira como se olha para a arte em geral? A partir da a contemplação, ao fio dos anos, de um quadro de Aldo Bonadei, o pintor e gravador Sergio Fingermann inquire, em Uma aprendizagem, sobre a construção do olhar, sobre o que é estilo e sobre outros aspectos ligados ao encontro com uma obra de arte. A observação do quadro, sua breve história e a descrição do que se vê ao olhá-lo servem de mote para que Fingermann explore diversas questões a respeito de como acontece a aproximação entre espectador e obra de arte; sobre como o olhar do observador também constrói o quadro. Como sugere a epígrafe de Georges Braque: o olhar de cada espectador é como um pincel, espanando o pó que recobre a pintura, revelando as múltiplas possibilidades de interpretação oferecidas pela obra de arte. Além da tiragem convencional, Uma aprendizagem tem também uma série especial, composta de cinquenta caixas especiais contendo um livro e impressões de gravuras de Fingermann.

SOBRE SERGIO FINGERMANN
Sergio Fingermann (São Paulo, 1953) lançou-se no circuito de arte no final dos anos 1970. Ao longo de mais de trinta anos de atividade, tem apoiado seu fazer artístico na busca de uma poética própria e da precisão do ofício, seja na pintura ou na gravura, seus campos de expressão. Também alimenta a discussão, não só nas artes plásticas, mas em outras áreas do pensamento, mantendo no espaço Contraponto – que coordena com sua mulher, a psicanalista Dominique Fingermann – atividades que privilegiam a interlocução.