A multidisciplinaridade e a versatilidade, características dos projetos de Leonor Alvim, marcam também a presente proposta. Trabalhando com o conceito de “cor, som e movimento”, que norteiam a carreira da artista, o livro apresenta poemas cheios de musicalidade, acompanhados por fotografias de onze panos collage. A técnica baseia-se no uso de tecidos, adaptando-os como valores pictóricos paralelos à pintura e à colagem. O poeta Fernando Paixão escreve em seu prefácio para o livro: “Ao cabo, resulta de Palavras soltas uma sensação harmonizadora que se sobrepõe ao extravasamento. [...] Deparamos com um forte sentido de eufonia que rege a expansão emocional de Leonor, bem como a contenção necessária à qualidade de artista. [...] Tanto nos poemas como nas paisagens cromáticas que oferece, ela comprova que ascendeu ao universo da imagem: ‘Instante sem duração, só o Sol pontua’. E desse modo o âmago desmedido e apaixonado se transfigura. O que temos para ler, ver e ouvir diz respeito ao limiar de uma paixão (des)medida, maneira pessoal de vivenciar o impasse flagrado pelo poeta Drummond”.

SOBRE LEONOR ALVIM
Nascida na cidade do Porto, em Portugal, Leonor Alvim formou-se em piano no Conservatório Municipal de Música do Porto e em artes plásticas na Academia Arco, no Centro de Arte e Comunicação Visual, em Lisboa. No Brasil, concluiu o mestrado em Educação, Arte e História da Cultura pela Universidade Presbiteriana Mackenzie. A artista continua atuando nas duas áreas simultaneamente: no Brasil, lecionou música em São Paulo e em Minas Gerais e foi solista e camerista nesses dois estados e no Distrito Federal; em Portugal, foi professora de música do Conservatório Nacional de Lisboa. Além de exposições no Brasil, em instituições como Pinacoteca do Estado de São Paulo e Universidade de São Paulo, seu trabalho integrou diversas coletivas nos Estados Unidos, no Katzen Cultural Center, no Collonade Gallery e na Embaixada da Venezuela; e, em Portugal, na Fundação Calouste Gulbekian, na Fundação Medeiros e Almeida e no Centro Cultural Santarém.