Em Salvador, terceiro volume da série Caderno de Viagem, o historiador e desenhista Pablo de la Riestra propõe uma apreciação do conjunto arquitetônico da cidade que foi a primeira capital do Brasil, valorizando e colocando em foco a sua arquitetura, corroborando com a luta que a cidade histórica empreende contra os graves problemas de conservação de suas construções. Lançado pela BEĨ Editora, o livro compõe-se de desenhos de grande rigor formal e extremamente agradáveis ao olhar, que se equilibram entre a documentação e a arte, convidando o espectador a uma fruição prazerosa e atenta. Sem os anteparos e as interferências da observação in loco ou mesmo das distorções ópticas comuns à fotografia, ressalta-se em riqueza de detalhes apenas o que é próprio da arquitetura, através de 32 representações de edifícios civis, religiosos e militares. Além dos desenhos, o livro também compõe-se de textos introdutórios e explicativos e outros materiais de apoio – como ilustrações didáticas tridimensionais de diferentes tipologias presentes no conjunto das igrejas, casas e fortes, um glossário de estruturas arquitetônicas e mapas que localizam os monumentos históricos por toda a cidade.

SOBRE PABLO DE LA RIESTRA:
Desenhista e historiador de arquitetura, o argentino naturalizado alemão Pablo de La Riestra dedica-se sobretudo à arquitetura medieval alemã, mas, desde que descobriu as cidades históricas brasileiras, a começar por Ouro Preto, debruçou-se sobre o patrimônio arquitetônico do Brasil. Doutor em história da arte pela Philipps-Universität de Marburg, lecionou como professor convidado em universidades na Argentina, na Espanha e também no Brasil, na Escola de Comunicação e Artes da USP. Desde 1992, multiplicam-se suas publicações de livros teóricos e de desenho na Alemanha, na Suíça, na Espanha e na Venezuela. A respeito do Brasil, escreveu os artigos científicos Rio de Janeiro: Patrimonio y evolución urbana, editado no tomo terceiro de Mérida: Ciudad y Patrimonio (Mérida, Espanha,1999); e Brasil, arquitectura lusobrasileña, publicado em Arquitectura colonial iberoamericana (Armitano Editores, Venezuela, 1997). Entre 1995 e 2008 foi docente no Instituto de História da Arte Europeia da Universidade de Heidelberg. Atualmente reside em Nuremberg, Alemanha, onde mantém um ateliê.